"O Canto do Patativa é como uma planta que foi cultivada com muito esforço, mas que floresceu e deu bons frutos", Vandinha.


Há 14 anos, o Instituto O Canto do Patativa contribue com a formação cidadã de crianças e adolescentes na cidade de Assaré - Ce. Idealizado por Evandete Almeida, mais conhecida por Vandinha, uma militante das causas sociais em nosso município, O Instituto trabalha a aprendizagem e a profissionalização desses jovens por meio de oficinas de leitura, música, dança, teatro e esporte.

Mantendo parceria com as escolas do município, O Instituto O Canto do Patativa atende crianças e adolescentes que estejam com dificuldades de aprendizagem, má conduta em sala de aula ou que estejam com o tempo ocioso após o horário escolar, funcionando assim como um segundo turno para esse público. O instituto também conta com a parceria de outros órgãos da sociedade, como o Conselho Tutelar e o CRAS.

O Blog do Wal Agostinho conversou com a idealizadora do projeto, Vandinha Almeida, que gentilmente nos concedeu uma pequena entrevista. Para Vandinha, " O Canto do Patativa é como uma planta que foi cultivada com muito esforço, mas que floresceu e deu bons frutos". Confira:

 
Blog do Wal Agostinho: Como surgiu o Instituto O Canto do Patativa?

Vandinha Almeida: Quando eu morava em Iguatú, participava de um projeto lá num bairro e nesse projeto conheci um rapaz, Cleodon, que já desenvolvia esse trabalho na comunidade. Então passamos a trabalhar juntos, onde criamos uma escolinha de informática na comunidade. Quando em 2004 meu irmão Evanderto ( Evanderto Almeida, atual prefeito de Assaré) entrou para a política, eu vim morar na cidade e percebi a necessidade que se tinha de um projeto para as crianças, pois havia muita criança ociosa sem esse tipo de atividade...então convidei o Cleodon para vir trabalhar comigo. Idealizei o projeto e lhe repassei minhas ideias, pois eu queria um projeto que trabalhasse com crianças e adolescentes nas áreas de música, dança, esporte...Começamos o projeto com apenas três oficinas e não tínhamos um lugar para iniciarmos, então consegui aquele prédio antigo onde funcionava a prefeitura no centro da cidade, todo deteriorado...conseguimos umas tintas e outros materiais, fizemos os reparos necessários e começamos a funcionar naquele espaço. 


B.W.A: O que te motivou a realizar esse projeto?

V.A: O que me motivou foi justamente o fato de querer tirar as crianças e adolescentes da ociosidade e poder criar um espaço onde elas pudessem criar e dar asas a seus próprios sonhos, de serem músicos, cantores, dançarinos, capoeiristas.. serem algo na vida. Até hoje recebemos mensagens de pessoas que passaram pelo projeto, que já são adultas, e que seguiram carreira na área da oficina que participava no projeto, e isso nos deixa muito felizes. Então essa foi a motivação principal e que ainda hoje continua nos motivando a seguir em frente com o projeto.

B.W.A: Qual contribuição o projeto trouxe à sociedade Assareense? 

V.A: Justamente essa: muitos jovens saíram do projeto e deram continuidade aos estudos, cursam faculdade, outros já são formados e atuam no mercado de trabalho. Outros trabalham em instituições e tudo isso foi possibilitado através do projeto. Nós sempre orientamos sobre a importância dos estudos nas suas vidas, sobre a importância de se formarem para ter  uma profissão, serem cidadãos de bem e terem uma oportunidade na vida. Então, eu particularmente sinto muita alegria e me sinto realizada em saber que muitos dos jovens que participaram do projeto são hoje adultos formados e que atuam no mercado de trabalho. 


B.W.A: Quais dificuldades o projeto enfrenta para manter-se na ativa?

V.A: É o seguinte: todo projeto sem fins lucrativos vive de dificuldades, pois ele vive dependente dos outros, ou de doações ou de editais. O Canto do Patativa vive de edital, de fazer projetos e arrecadar recursos para desenvolver determinado projeto. Faz-se  um projeto, concorre-se a um edital e se saímos vitoriosos temos um tempo de execussão desse projeto, e através desse recurso conquistado pagamos os funcionários e as demais despesas da instituição, como energia, água, internet.. então todo projeto sem fins lucrativos vive de dificuldades. Antes tínhamos um convênio com o município, onde era repassado um valor mensal e com esse repasse efetuávamos o pagamento de funcionários, depois passamos a concorrer à editais, seja pela cultura, seja pela assistência, pelo Itaú Unicef.. por várias instituições. Sempre desenvolvíamos um projeto em cima dos editais para que pudéssemos ter recursos para nos mantermos.


B.W.A: O que significa O Canto do Patativa para você?

V.A: Para mim o instituto é como uma planta, a qual plantei com muita dificuldade. Uma planta que demorou a nascer, ao nascer demorou a florir, mas ao florir deu vários frutos. Porém que temos que regar e adubar sempre, pois se pararmos de regar essa planta parará de florir e consequentemente de dar frutos, ou seja, perecerá. Então é isso: uma planta que foi cultivada pequenina, demorou a florir, mas ao florir nos deu vários frutos doces e saborosos.. e esses frutos são o resultado do projeto na vida das pessoas. Quando vemos uma criança que passou pelo projeto, que hoje é um adulto formado, que já trabalha.. isso são os frutos que colhemos, e colher esses frutos é muito gratificante.


As oficinas ofertadas pelo instituto são: 

Projeto Hip-Hop: A arte de educar 

Sinfonia do Patativa

Banda Regional Chico Paes

Esporte Educacional

Oficina de incentivo á leitura: Nordestino sim, Nordestinado não

Oficina de Capoeira e Maneiro-Pau

Oficina de Flauta

Oficina de Ballet


Por: Wal Agostinho
Fotos retiradas de redes sociais.






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